sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Em Defesa da Doutrina Bíblica da Trindade (Parte 2)

Quanto ao ESPÍRITO SANTO, Ele é detentor dos mesmos atributos divinos e singulares do Pai e do Filho, portanto, Ele é perfeitamente Deus, compondo assim a Trindade Bíblica, na figura da Terceira Pessoa (Mt 28:19).

O livro de Atos dos Apóstolos, escrito pelo médico grego Lucas, é conhecido no meio teológico como o ‘Evangelho do Espírito Santo’, pois é nesse livro que percebemos o poder do Santo Espírito de Deus no meio da Igreja Primitiva, com muitos sinais e maravilhas operados pelo poder do Espírito Santo, através do Nome de Jesus (At 3:6-7; At 4:29-31; At 7:55; At 13:9-11; At 16:18; At 19:17). É também nesse livro aonde encontramos inúmeras passagens que nos atestam sobre a divindade do Espírito Santo. Em At 5:3-4 lemos o seguinte: “Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus”; aqui o apóstolo Pedro coloca a mentira ao Espírito Santo como a mesma coisa que mentir a Deus, tornando Deus o Espírito Santo.

Nós vemos também no livro de Atos características da personalidade do Espírito Santo, aonde em At 13:2 nós lemos que: “E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado”, aqui nós percebemos a caracterização da personalidade da Terceira Pessoa da Trindade. Ele é também Aquele que constitui os Bispos da Igreja (At 20:28). O Espírito Santo também fala, conforme At 11:12: “E disse-me o Espírito que fosse com eles, nada duvidando”; Gl 4:6: “E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” e Ap 2:7: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”. Ainda em relação aos atributos de personalidade do Espírito Santo, é possível que Ele se entristeça, conforme Ef 4:30: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção” e Is 63:10: “Mas eles foram rebeldes, e contristaram o seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles”. Também é possível se mentir ao Espírito Santo, cf. At 5:3-4. O Espírito Santo também tem vontade própria, conforme 1 Co 12:11 que diz: “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer”. O Espírito Santo também tem planos e projetos, e ainda intercede por nós, conforme Rm 8:27 que diz: “E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos”. O Espírito Santo ainda é capaz de amar, cf. Rm 15:30: “E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus” e de consolar, cf. At 9:31b: “e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo”.
Por fim, reforçando e comprovando definitivamente a personalidade do Espírito Santo, o Mesmo se autodenomina de “EU” em At 10:19-20, que diz: “E, pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o Espírito: Eis que três homens te buscam. Levanta-te pois, desce, e vai com eles, não duvidando; porque eu os enviei”.

Depois de comprovado que o Espírito Santo é uma Pessoa, voltemos para a demonstração bíblica de sua divindade. O apóstolo Paulo escrevendo aos irmãos da Igreja em Corinto, demonstrou claramente a divindade do Espírito Santo nas suas duas cartas destinadas àquela igreja. Em 1 Co 12:4-6 está escrito que: “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos”, aqui Paulo claramente chamou o Espírito Santo de ‘Senhor’ e de ‘Deus’. Paulo fez a distinção das Pessoas (Espírito, Senhor e Deus) mas os colocou num mesmo nível e essência, quando usava para cada Pessoa o termo ‘é o mesmo’. Percebemos claramente a definição de Trindade de uma forma prática nesses versos, aonde existem Três Pessoas distintas mas com ‘o mesmo’ centro Divino. Confirmando este ensino, Paulo ainda fala em 2 Co 3:17 que: “Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade”; na primeira parte do verso Paulo diz que ‘o Senhor é Espírito’, essa assertiva afirma que o Espírito é Senhor e Deus; na segunda parte do verso Paulo diz ‘o Espírito do Senhor’, neste caso o uso do artigo ‘o’ define a existência de uma pessoa ou de algo independente, e o uso da preposição ‘do’ diz que essa pessoa ou algo faz parte de outra coisa ou de alguém, mas quem é essa pessoa e faz parte do quê ou de quem? Essa Pessoa é o Espírito Santo e ela faz parte de Deus. Esse ensino é confirmado nas palavras do Senhor Jesus em Jo 15:26 que diz: “Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim”; aqui Jesus ensinou que o Espírito Santo é ‘parte do Pai’ e que Ele ‘procede do Pai’, deixando claro que o ‘Espírito de verdade’ é uma Pessoa distinta do Pai, pois o mesmo estaria na Terra enquanto o Pai e o Filho permaneceriam no céu; além de demonstrar sua divindade, pois o Espírito faz parte e procede do Divino Pai.

Paulo, comentando sobre nós sermos a morada do Espírito Santo, fala em 1 Co 3:16 que: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”, deixando claro que nós somos a morada do ‘Espírito’ ou ‘o templo de Deus’, tornando divino o Espírito Santo. Ver também Ef 2:22.

A Bíblia também nos revela o Espírito Santo de Deus como Criador em Sl 104:30: “Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra”; Jó 26:13: “Pelo seu Espírito ornou os céus” e em Jó 33:4: “O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-Poderoso me deu vida”.

A Palavra de Deus também revela a eternidade do Espírito Santo em Hb 9:14: “Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?”. Ainda no livro de Hebreus, nós vemos o Espírito Santo falando como Deus, isso se percebe claramente em Hb 3:7-12.

A onipresença, onisciência e onipotência do Espírito Santo também são ensinadas pela Bíblia Sagrada. O Espírito Santo é revelado como Onipresente no Sl 139:7-10 que diz: “Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá”. Não se pode esconder do Espírito do Senhor.

A Bíblia nos revela também a onisciência do Espírito Santo em 1 Co 2:10-11: “Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus”; 2 Pe 1:20-21: “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” e Jo 14:26: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”.

Por fim encontramos um Espírito Santo que é revelado nas Sagradas Escrituras como Onipotente. Em Lc 1:35 está escrito que: “E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra”, aqui ‘o cobrir da virtude do Altíssimo’ é justamente ‘o descer do Espírito Santo’ sobre Maria, para que a mesma pudesse dar a luz ao Santo (Jesus Cristo). Percebemos então que a ‘virtude’ ou ‘poder’ que cobriu Maria foi justamente o Espírito Santo que desceu sobre ela. Portanto, o Espírito Santo é apresentado de uma forma inequívoca com o atributo de Onipotente.

Por Anchieta Campos

2 comentários:

Anônimo disse...

A paz do Senhor!

Gostaria de parabenizá-lo pelo seu blog.Faz muito tempo que sou um visitante assíduo do seu blog.
Eu louvo a Deus por Ele usar homens capacitados como você.
Que estão sempre preparados para combater todo tipo de falsa doutrina,e ajudando pessoas como eu a crescer no conhecimento da palavra de Deus.
E como achei muito edificante o seu trabalho, decidi criar um blog,e estou precisando muito da ajuda dos irmãos para que eu possa está aperfeiçoando o meu blog,pois criei recentemente e estou precisando muito de sugestões.

Um abraço!

teologiacristocentrica.blogspot.com

Anchieta Campos disse...

Nobre irmão em Cristo Francivaldo Jacinto, a paz do Senhor!

Muito obrigado pelas suas palavras de apoio e incentivo. É muito bom e gratificante podermos ver que o nosso trabalho, por mais humilde que seja, está sendo honrado pelo nosso Deus e por irmãos dignos de honra, como é o seu caso.

Fiquei muito alegre e honrado em saber que fui um dos motivos que o levou a criar o seu blog. Muita honra para a minha pessoa.

Olhei o teu blog, ele está muito bom, e assim cmo todos os demais blogs, a tendência é só de melhorar. Estarei adicionando seu blog em minha lista de favoritos no meu.

Abraços fraternos! Qualquer coisa estamos as ordens!

Anchieta Campos