segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Análise de um livreto Mórmon – Parte 01

O mormonismo é uma seita de origem americana, tendo o Brasil como o seu segundo maior celeiro no mundo (atrás apenas dos Estados Unidos, é claro). Com certeza você já deve ter visto alguns jovens bem apresentáveis, sempre aos pares, de camisa branca e gravata preta, com uma mochila nas costas... pois é, eles são os famosos missionários mórmons. O fundador deste movimento herético é o americano Joseph Smith Júnior (1805-1844), sendo a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias a principal seguidora dos ensinos de Smith.

Smith, cuja mãe era mística e o pai um conhecido obcecado por tesouros perdidos, teria tido, na primavera de 1820, a sua primeira visão, por ocasião de estar buscando a Deus uma resposta para saber a qual igreja deveria pertencer, onde em uma oportunidade em um bosque perto de sua casa, teria visto duas pessoas, que seriam o Pai e o Filho, sendo que nesta visão o Filho teria dito a Smith que não se unisse a nenhuma igreja, pois todas haviam apostatado da fé pura e verdadeira, sendo que haveria de ocorrer uma restauração da igreja nestes últimos tempos. Smith e sua visão não lograram crédito com os seus próximos, mas mesmo assim acabara por ter outra experiência similar, desta feita em setembro de 1823, sendo que nesta oportunidade fora visitado por um anjo que se disse chamar Morôni, o qual trazia uma mensagem diretamente de Deus, que dizia que Smith tinha um serviço para realizar, que era encontrar e traduzir um livro escrito em placas de ouro, que se encontrava guardado, no qual se encontrava registrada a história de um povo que havia habitado a América do Norte no passado, livro este que também conteria o evangelho eterno que havia sido dado pelo Salvador àquele povo. Sem conseguir trabalhar no dia seguinte, Smith fora dispensado do trabalho pelo seu pai, sendo que ao tentar retornar para sua casa acabou caindo desacordado e... adivinhem... isso mesmo! Teve outra visão! Novamente com o anjo Morôni! Nesta visão o anjo mandou que Smith contasse tudo ao seu pai, o qual teria mandado que o mesmo obedecesse a Deus, tendo assim Smith subido ao monte Camurah, onde estariam as placas douradas e as pedras da tradução (Urim e Tumim), sendo que, de fato, encontrou ali o que buscava. Quatro anos após, em setembro de 1827, Smith tomou as placas e começou a copiá-las, tendo surgido assim o “Livro de Mórmon: O outro Testamento de Jesus Cristo”, sendo para os mórmons sagrado e do mesmo nível da Bíblia, e que somente viera a ser traduzido por Smith a partir de abril de 1829, contando com a colaboração do escrivão Oliver Cowdery, tendo sido publicado pela primeira vez em 1830. O nome “Livro de Mórmon” origina-se de um suposto profeta de nome Mórmon, o qual teria compilado os escritos sagrados.

Pulando mais algumas visões de Smith (dentre elas teve até João Batista, Pedro, Tiago e João pelo meio. Vejam só! Espiritismo e mormonismo juntos!) e, com elas mais algumas novas doutrinas e revelações, Smith e Cowdery se batizaram nas águas um ao outro (que bacana!), tendo recebido dons e ministérios especiais, sendo Smith o primeiro “Elder” da Igreja, e Cowdery, o segundo; fundaram a igreja de um modo organizado em 6 de abril de 1830, em Fayatte, New York, passando Smith a ter... adivinhem mais uma vez... isso mesmo! Contínuas revelações! É para não perder a prática gente! Dentre estas muitas revelações, como por evidente e óbvio, só podia acabar saindo algumas aberrações, e foi o que acabou dando, resultando com uma revelação em que Smith entendeu que a poligamia simplesmente não era pecado (que coisa não?!). Esse negócio de poligamia pegou tão mal na sociedade, que Smith (o qual teve 27 mulheres) findou sendo julgado, processado e condenado à morte em 27 de junho de 1844, em Carthage, Illinois.

Smith foi sucedido por Brigham Young, o qual liderou a igreja por 33 anos. Desde então, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias passou a ser liderada por presidentes, os quais são considerados profetas e sucessores diretos de Joseph Smith, sendo dotados e herdeiros dos seus mesmos “poderes”, “autoridades” e “privilégios” (pense!).

Pois bem, passada essa frase introdutória, irei começar uma abordagem sobre um livreto mórmon que tem por título “O Evangelho de Jesus Cristo”, o qual educadamente recebi de um conhecido meu, onde irei refutar alguns pontos doutrinários do mormonismo que vão de encontro com as Sagradas Escrituras.

O uso de água no lugar do vinho na “reunião sacramental”
A literatura assim se expressa no capítulo intitulado “O Sacramento”: “Durante a reunião sacramental, pão e água são abençoados e distribuídos à congregação como lembrança da Expiação de Jesus Cristo. O pão representa Seu corpo e a água representa Seu sangue” pg. 13.

Este ponto é de simples refutação, tão simples que na verdade fiquei surpreso ao ler tal passagem. Fora a primeira vez que fiquei sabendo de um grupo que se diz cristão realizar o memorial da morte de Cristo com água no lugar do vinho. Na verdade não há a menor dúvida de que Jesus utilizou vinho na páscoa que celebrou com os discípulos, momento em que instituiu a Santa Ceia. As palavras de Jesus em Mt 26:28,29 não deixam dúvidas quanto ao uso do vinho na Ceia: “Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados. E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba de novo convosco no reino de meu Pai” (cf. Mc 14:24,25; Lc 22:18,20). Oras, todo mundo sabe que “fruto da vide” é o vinho (no caso em questão o vinho não fermentado, o suco de uva), o qual representa, como o próprio Cristo disse, o seu sangue, “o sangue do novo testamento”. A própria coloração semelhante de ambos confirma a lógica do uso do vinho para representar o sangue de Cristo. Não faria muito sentido se utilizar de água para representar e relembrar o sangue de Cristo derramado em nosso favor. Lembremos por fim que o próprio Jesus se comparou a uma videira (Jo 15:4,5).

Portanto, os mórmons pecam em um ponto simples, descaracterizando a Ceia como fora instituída por Cristo, lhe alterando a liturgia e indo de encontro ao exemplo de Jesus.

Quem quiser saber mais sobre a Ceia do Senhor, ler meu artigo Compreendendo a Santa Ceia.

Abordarei em um futuro próximo e oportunamente, outras doutrinas errôneas da referida literatura mórmon, a qual expressa o posicionamento oficial deste movimento, em especial da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

Obs.: o quadro “Frase quase divina”, excepcionalmente, não fora publicado este domingo último (15/02), sendo que o mesmo retornará próximo fim de semana.

Anchieta Campos

6 comentários:

daladier.blogspot.com disse...

Prezado irmão Anchieta, é oportuno dizer que a Ceia que Jesus comia naquele dia era uma Páscoa, oriunda dos rituais judaicos. Cem anos antes de Cristo, Hilel, rabino, havia introduzido o costume de se ter quatro cálices de vinho, ao invés de um. O terceiro seria cheio até derramar. É nessa ocasião que Jesus diz: Isto é o meu sangue que é derramado por vós. Muito interessante este assunto. Ademais, o nacionalismo mórmon já o descrendencia como igreja aprovada.

Anchieta Campos disse...

Caro irmão Daladier, a paz do Senhor.

Muito boa a sua intervenção! Não sabia deste detalhe dos quatro cálices. Muito interessante mesmo.

O nacionalismo mórmon é, realmente, mais um fator que o torna reprovável.

Abraço.

Anchieta Campos

Anônimo disse...

Anchieta Campos,

Obrigado pelo estudo. Sobre o uso de água na Ceia, já tinha ouvido falar mas nunca lido a respeito.

Quanto aos quatro cálices, além do óbvio deles conterem vinho, como foi exposto, cria uma outra dificuldade, agora para o Dan Brown, do Código da Vinci: se o santo graal é Maria Madalena e havia quatro, então estão faltando três-marias...

Em Cristo,

Clóvis

Evangelho sem Mistura disse...

Paz...
Estou te premiando com o selo "Olha que blog manero". Parabéns!
Caso aceite, visite meu blog,veja as regras e copie se SELO.

Anchieta Campos disse...

Prezado irmão Clóvis, a paz do Senhor.

Realmente, mais um problema para o "danado" do Dan Brown! Que bom por isso! risos. Gostaria de saber como ela faria para "arrumar" essas outras três-marias!

Forte abraço!

Anchieta Campos

Anchieta Campos disse...

Caro irmão Marcos Vasconcelos, a paz do Senhor.

Muito obrigado por sua ilustre indicação. Deus seja louvado por isto.

Com todo o prazer receberei com destaque em meu blog a sua honrosa indicação.

Forte abraço.

Anchieta Campos